CIAJG: O Ritual do Encontro
CIAJG: O Ritual do Encontro
CIAJG: O Ritual do Encontro
2012-2022
2012-2022
2012-2022
2012-2022
Nos últimos dez anos, o CIAJG
consolidou um projeto cultural que alia experimentalismo, liberdade e rigor, a
partir do trabalho de José de Guimarães e das suas coleções.O ciclo artístico que deu o mote
inicial – “Para além da história”, imaginado por Nuno Faria – lançou a ideia de
um “museu-labirinto” que se propôs “reencantar” a nossa percepção, a partir das
coisas visíveis e invisíveis. Mais do que um programa de exposições, o CIAJG
afirmou, nesses anos, a ideia de encontro enquanto ritual. Entre artistas e
públicos, entre as gerações precedentes e a nossa.
Recentemente,
sob o signo incerto da pandemia inauguramos um novo momento do CIAJG que é a
soma do que vem de trás, e que acrescenta outros rumos e outras visões. “Nas
margens da ficção”, o título do atual ciclo artístico, coloca as ficções no
centro das nossas reflexões. A ficção que possui o seu próprio real, e nos faz
experimentar novas formas de nos relacionarmos, no contexto de um mundo em
crise. Imaginar o futuro do CIAJG, é querer construir novos significados com o
léxico que foi semeado: encantamento, história, ficção... E afirmar o ritual do
encontro como possibilidade de ativar o museu, dando voz às vozes.
Por
isso, em 2022, insistimos e perguntamos:
Onde estamos agora?
Dez anos depois?
Que museu para que
futuro?
Como permanecer e
renovar quem somos e o para que somos?
Que ruinas abandonar
para aproximar o que
é distante ou nos separa?
Um museu a pensar-se
na crise dos objectos
Um museu a pensar
PALAVRAS, DESVIOS DE SENTIDO
Reunir o que está
fragmentado. Reparar.
Quando a arte falha,
a fala falha? A fala que diz os objectos, os nomeia.
Dez anos depois,
este museu recoloca a questão:
COMO IR EM DIRECÇÃO
A UM FUTURO INCERTO?
E pensar a
multiplicidade, o emaranhado de tempos. A VOZ MULTIPLICADA
Não é essa outra
dimensão de um museu buscando novos sentidos? Que sentidos? Quais os sentidos
do não-sentido que o mundo veloz, em curto-circuito de imagens, nos coloca?
Como construir uma
consciência comum do mundo?
Um museu dez anos
depois… Obras, objectos, procurando compreender as assimetrias daquilo a que
chamamos (ainda) Arte;
Dez anos depois,
isto:
museu com acções
que:
Afirmem
irredutivelmente a pluralidade
de nossos corpos e
afectos ardendo
na pira funerária da
linguagem
No inter, no entre
que é toda a relação
AQUI ESTAMOS DEZ
ANOS DEPOIS, PARA IRMOS NA ESPREITA DOS PRÓXIMOS DEZ ANOS.
E POR ISSO É QUE:
Há um museu que
nunca pode parar de se inventar. Ou se reinventa ou sucumbe.
POR ISSO É QUE:
QUEREMOS o que é
vivo e incerto, em lugares próximos e distantes.
um museu-relação, um
museu-aberto
Continuar SEM A
DOMINAÇÃO SIMBÓLICA do que em si mesmo passou a ter outro significado.
Pensar os objetos
que guardamos incorporando as complexidades (e o movimento) de objetos e
pessoas.
Os seus trânsitos, e
ficções
POLIFONICAMENTE
POLI-FONICA-MENTE
UM MUSEU QUE FOSSE,
QUE SEJA, VENHA A SER
como uma constelação
PORQUE VIVE PARA:
o trânsito e o
transe do permanecer.
Marta Mestre
description