Ritual das Serpentes
Ritual das Serpentes
Ritual das Serpentes
SALA 2
SALA 2
SALA 2
SALA 2
Uma viagem pelos tempos circulares dos mistérios e das
maternidades.
Pela primeira vez no museu, apresenta-se um conjunto assinalável
de estátuas africanas pertencentes à coleção de José de Guimarães, adquiridas a
partir dos anos 80, na Europa. São mães ancestrais, transmissoras de modelos de
vitalidade e beleza de acordo com os critérios locais e variações regionais. Os
motivos que as definem são universais: a criança nos braços ou suspensa às
costas, o peito e o ventre destapados, a serenidade no olhar.
A tematização da arte africana, neste caso, através do motivo da
maternidade, corre o risco de criar “um sistema fechado de significados e
atribuições que molda as práticas de criação, circulação e coleção”. A escala
continental e a diversidade de tradições artísticas, sociais e culturais deve
ser tida em conta no olhar sobre estes objetos.
À sua volta, questionando-as e abrigando-as,
estão os trabalhos de José de Guimarães onde aparece o símbolo da serpente, as
naturezas-mortas de Maria Amélia Coutinho (1916-2004), mãe do artista, e Vanguarda Viperina (1985), registo de uma ação do artista
brasileiro Tunga (1952-2016). O princípio harmonioso dos desenhos florais e a
serpente dos rituais transformadores complexificam o tema da maternidade e da
dualidade.