Complexo Colosso - Parte II • Ángel Calvo Ulloa, curador convidado
Complexo Colosso - Parte II • Ángel Calvo Ulloa, curador convidado
Complexo Colosso - Parte II • Ángel Calvo Ulloa, curador convidado
SALAS 12 E 13
SALAS 12 E 13
SALAS 12 E 13
SALAS 12 E 13
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Dizem que as histórias se formam em parte de verdade e em parte
de especulação. Depois do primeiro encontro com o chamado “gigante Golias” em
1876, e fantasiando sobre a possibilidade de estar relacionado a um culto
fálico e procriador, Francisco Martins Sarmento vai mobilizar ações e estudos
em redor do achado. Mas pouco a pouco, com a morte do arqueólogo, em 1899, o
caso perde força nos debates arqueológicos. Em 1929, a escultura é transferida
para o jardim da Sociedade Martins Sarmento onde ficará até 1996, data em que a
Câmara Municipal e a própria Sociedade decidem transferi-la para a Alameda
Mariano Felgueiras, numa rotunda onde permanece até hoje.
A complexidade do caso percorre o final do século XIX e todo o
século XX em constante ressignificação, sendo objeto de especulações e
imprecisos estudos arqueológicos que, de alguma forma, transcendem-no como artefato
anacrónico pertencente não só ao campo da arqueologia, mas também ao imaginário
coletivo da área de influência do Minho, até à Galiza. Sempre ofuscado pela
dúvida que pairava sobre cada referência.
Na encruzilhada de vários relatos, Complexo Colosso é uma exposição que pretende aprofundar
de forma indisciplinada as várias camadas que constituem este relato, as que
alimentaram e questionaram a épica, dando forma ao que o Colosso representa
hoje.
Complexo Colosso também aponta uma complexidade que vai
além do debate sobre a origem do homem de pedra, desembocando em aspetos políticos
e sociais que revelam uma série de problemáticas históricas das quais o Colosso
é apenas a ponta.
Ángel Calvo Ulloa
Curador convidado