QUARTA 08 NOVEMBRO, 21H30
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Nels Cline (n. 1956, Los Angeles, EUA) é um guitarrista norte-americano de notáveis recursos técnicos e grande versatilidade estilística, com um percurso sólido tanto dentro do campo mais restrito do jazz, como nas áreas do rock experimental e da improvisação livre. Associado a correntes jazzísticas mais exploratórias, em virtude das inúmeras colaborações que foi mantendo ao longo do tempo com músicos relacionados com as tendências de vanguarda, como Zeena Parkins, Alan Licht e Elliott Sharp, o seu trabalho adquiriu na última década grande notoriedade e tornou-se conhecido de um público mais abrangente, em grande parte devido à sua colaboração com a banda de country alternativo Wilco, que contribuiu para que Nels Cline seja hoje em dia reconhecido, mesmo fora do perímetro do jazz, como um dos mais importantes guitarristas contemporâneos.
O início da carreira de Nels Cline teve lugar no início dos anos oitenta do século passado, altura em que funda o grupo Quartet Music (com o baterista Alex Cline, seu irmão, o baixista Eric Von Essen e o violinista Jeff Gauthier). Em paralelo, Nels Cline manteve colaborações com Charlie Haden (nomeadamente no âmbito da célebre Liberation Music Orchestra) e Julius Hemphill, entre outros, e em 1987 editou o seu primeiro álbum enquanto líder de uma formação que incluía, para além dos seus cúmplices no Quartet Music, o influente saxofonista Tim Berne. Nos anos seguintes, a par da intensa atividade da sua nova formação, o Nels Cline Trio, cada vez mais focada na música improvisada, Nels Cline foi explorando colaborações com músicos de diversos espetros musicais, tais como o guitarrista Thurston Moore (membro fundador da banda seminal de rock de vanguarda Sonic Youth), o percussionista Gregg Bendian (com quem fez uma versão do álbum “Interstellar Space”, de John Coltrane), a compositora e artista sonora Andrea Parkins e a vocalista e compositora Carla Bozulich, com quem manteve uma relação de enorme cumplicidade artística durante doze anos. Em 2004, passou a integrar, enquanto membro efetivo, a banda Wilco, tendo no entanto prosseguido a sua atividade em grupos e projetos de naturezas distintas, tais como a banda de free jazz Nels Cline Singers, a participação nas “Woodstock Tapes” da banda Medesky, Martin & Wood e também o projeto multimédia, em parceira artística com o poeta David Breskin, construído partir de imagens do artista Ed Ruscha.
Recentemente, o guitarrista assinou pela prestigiada Blue Note, editora pela qual publicou o álbum “Lovers”, uma obra orquestral inspirada nos standards do cancioneiro americano e na música de Bill Evans e Henry Mancini, e que constituirá o centro da sua atuação no Guimarães Jazz. Neste trabalho, considerado pelo autor um dos mais pessoais, Nels Cline debruça-se sobre um heterodoxo repertório, baseado tanto em composições originais do guitarrista como em composições e canções de compositores, bandas e músicos tão diversos como Annette Peacock, Paul Francis Weber, Gabor Szabo, Michel Portal e Arto Lindsay, entre outros, propondo ao ouvinte uma visão panorâmica sobre a sua cosmologia musical, ao mesmo tempo que, com a sua idiossincrática montagem, sugere uma invulgar narrativa da história da música do século XX. Originalmente composto para uma formação alargada de vinte e três músicos, no Guimarães Jazz, porém, “Lovers” será interpretado por um quinteto, que incluirá o guitarrista português Eurico Costa, acompanhado pela Orquestra de Guimarães, com direção musical de Michael Leonhart.